Não, não vou falar sobre Timor. Não, não me perguntem como descobri esta pérola!!
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Viva o acordo ortográfico!
Porquê?
- Porque todos nos lembramos do acordo entre a Inglaterra e os Estados Unidos, em que os very british concordaram em deixar de escrever como faziam para começarem a fazê-lo como nos USA, só porque a economia norte americana era mais forte e eles são mais milhões. E nós seguimos os bons exemplos.
- Porque o Fernando Pessoa era um tonto e quando escreveu “a minha Pátria é a Língua Portuguesa” estava com delírios, porque essa coisa da língua não tem importância nenhuma.
- Porque não temos nada que reclamar a Língua Portuguesa como nossa, afinal ela é dos governos e dos ministros e eles têm todo o direito de fazer o que quiserem com ela.
- Porque a seguir ao acordo ortográfico deve vir o acordo gramatical e devemos eliminar imediatamente a 2ª pessoa do singular e se por acaso nos escapar um “tu”, devemos dizer “tu vai lá”, “tu pensa que”, etc.
- Porque os C’s e os P’s não servem para mais nada para além de indicarem que vogais devemos pronunciar de forma aberta ou de forma fechada e isso não é importante em Portugal nem nos PALOP nem em Timor, porque é uma parvoíce essa tendência para fechar as vogais, e todos devíamos fálar com as vógais abértas!
- E porque estamos em crise e o H só dá despesa!
Assim sendo:
Sem acordo ortográfico:
“Hoje havia um hipopótamo no hipódromo, foi hilariante!"
Com acordo ortográfico:
“Oje avia um ipopótamo no ipódromo, foi ilariante!"
Portugal é tão divertido!!
Mas já agora quem não concordar com este acordo pode assinar aqui:
http://www.petitiononline.com/naoacord/petition.html
- Porque todos nos lembramos do acordo entre a Inglaterra e os Estados Unidos, em que os very british concordaram em deixar de escrever como faziam para começarem a fazê-lo como nos USA, só porque a economia norte americana era mais forte e eles são mais milhões. E nós seguimos os bons exemplos.
- Porque o Fernando Pessoa era um tonto e quando escreveu “a minha Pátria é a Língua Portuguesa” estava com delírios, porque essa coisa da língua não tem importância nenhuma.
- Porque não temos nada que reclamar a Língua Portuguesa como nossa, afinal ela é dos governos e dos ministros e eles têm todo o direito de fazer o que quiserem com ela.
- Porque a seguir ao acordo ortográfico deve vir o acordo gramatical e devemos eliminar imediatamente a 2ª pessoa do singular e se por acaso nos escapar um “tu”, devemos dizer “tu vai lá”, “tu pensa que”, etc.
- Porque os C’s e os P’s não servem para mais nada para além de indicarem que vogais devemos pronunciar de forma aberta ou de forma fechada e isso não é importante em Portugal nem nos PALOP nem em Timor, porque é uma parvoíce essa tendência para fechar as vogais, e todos devíamos fálar com as vógais abértas!
- E porque estamos em crise e o H só dá despesa!
Assim sendo:
Sem acordo ortográfico:
“Hoje havia um hipopótamo no hipódromo, foi hilariante!"
Com acordo ortográfico:
“Oje avia um ipopótamo no ipódromo, foi ilariante!"
Portugal é tão divertido!!
Mas já agora quem não concordar com este acordo pode assinar aqui:
http://www.petitiononline.com/naoacord/petition.html
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Parabéns Catarina
7 de Dezembro de 1985. Sábado.
Eu tinha 6 anos mas lembro-me como se tivesse sido ontem. Nasceste numa tarde de chuva e frio. Saí com o pai para ir conhecer o Sebastião ou o Simão ou um irmão com um nome qualquer terminado em ão, como o pai desejava. Todos tinham a certeza, até o médico, que serias um rapaz.
Quando me perguntavam o nome que eu gostaria que tivesses, respondia sempre Francisca, porque acreditava que ia ter uma irmã e não um irmão. Porque tinha uma admiração de criança por aquela nossa tia. Assim que nasceste surpreendeste todos, menos a minha intuição que mais não era do que uma certeza embrulhada nos meus desejos.
Lembro-me da vila de Oeiras fria e enfeitada com as luzes de Natal, lembro-me de subir as escadas de madeira da maternidade da porta azul, onde tu também nasceste, curiosamente na mesma cama. Lembro-me de ter entrado no quarto onde estavas com a mãe e de me sentir minúscula dentro do meu Kispo vermelho. Eras o centro das atenções e eu nem conseguia chegar ao berço onde estavas. Era demasiado alto para conseguir ver-te. Até que o F. pegou-me ao colo e consegui ver-te, pequenina, pequenina, careca, tão branquinha. Tão diferente das fotografias que tinha visto de mim própria quando tinha as mesmas horas de vida.
O teu nome não é Francisca, mas Catarina. Já não és uma criança, cresceste, sempre minha irmã, muito minha irmã.
Contigo tenho mais do que amizade e não consigo intelectualizar os meus sentimentos e emoções para os por em palavras…
Nunca vou esquecer o dia em que nasceste.
Obrigada por fazeres parte da minha vida.
Naquele dia nasceste para o mundo. Nasceste para mim.
E hoje completas 22 anos. Parabéns mana.
Eu tinha 6 anos mas lembro-me como se tivesse sido ontem. Nasceste numa tarde de chuva e frio. Saí com o pai para ir conhecer o Sebastião ou o Simão ou um irmão com um nome qualquer terminado em ão, como o pai desejava. Todos tinham a certeza, até o médico, que serias um rapaz.
Quando me perguntavam o nome que eu gostaria que tivesses, respondia sempre Francisca, porque acreditava que ia ter uma irmã e não um irmão. Porque tinha uma admiração de criança por aquela nossa tia. Assim que nasceste surpreendeste todos, menos a minha intuição que mais não era do que uma certeza embrulhada nos meus desejos.
Lembro-me da vila de Oeiras fria e enfeitada com as luzes de Natal, lembro-me de subir as escadas de madeira da maternidade da porta azul, onde tu também nasceste, curiosamente na mesma cama. Lembro-me de ter entrado no quarto onde estavas com a mãe e de me sentir minúscula dentro do meu Kispo vermelho. Eras o centro das atenções e eu nem conseguia chegar ao berço onde estavas. Era demasiado alto para conseguir ver-te. Até que o F. pegou-me ao colo e consegui ver-te, pequenina, pequenina, careca, tão branquinha. Tão diferente das fotografias que tinha visto de mim própria quando tinha as mesmas horas de vida.
O teu nome não é Francisca, mas Catarina. Já não és uma criança, cresceste, sempre minha irmã, muito minha irmã.
Contigo tenho mais do que amizade e não consigo intelectualizar os meus sentimentos e emoções para os por em palavras…
Nunca vou esquecer o dia em que nasceste.
Obrigada por fazeres parte da minha vida.
Naquele dia nasceste para o mundo. Nasceste para mim.
E hoje completas 22 anos. Parabéns mana.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Are you normal?
Cheguei a esta conclusão há umas horas e agora não sei o que fazer com ela. Apesar disso sinto a estúpida necessidade de a divulgar ao mundo, até porque tenho que escrever aqui alguma coisa e sei que todos vocês vão agradecer-me por partilhar pensamentos de tamanha importância. Quero também dizer que as minhas dúvidas existenciais não se limitam a estas questões. Dedico também parte do meu tempo a reflectir sobre o mito de Sísifo e porque é o Camus resolveu escrever sobre aquilo. Também gosto de questionar porque é que o Schopenhauer foi filósofo quando eu acho que tem é nome de pianista, ou porque é que sem chuva não há arco-íris.
E depois desta interessante introdução, are you normal?
No!
Porquê?
Porque não percebo porque é que os homens puxam com tanta força o travão de mão dos carros que nunca consigo destravá-los só com uma mão! Para quê?
Porque acredito que o Benfica um dia vai voltar a ganhar alguma coisa. Assim, como nos anos 60...
Porque sou mulher e não me perco por sapatos.
Porque gosto tanto de ler o Umberto Eco e o Eça de Queirós que não me atrevo a criticar uma vírgula do que escrevem.
Porque quando o meu cão se deita no fundo da minha cama faço o esforço de não me mexer uma noite inteira para não o incomodar.
Porque gosto mais de abraços do que de beijos.
Porque li os 3 livros do Senhor dos Anéis aos 13 anos numa semana (é verdade, nesses dias não fiz rigorosamente mais nada) mas comecei a ler a Sibila aos 20 e não consegui passar da página 50. Tentei de novo aos 25 e fiquei na página 50. Suponho que se tentar aos 30 consiga ler até à página 50.
Porque fui para Timor pelos Estados-Unidos (ok, não fui eu que escolhi, mas desculpem, há coisas que só a mim).
Porque quero ir de S. Petersburgo a Vladivostok de trans-siberiano, sozinha.
Porque acho que a melhor invenção do mundo são os lençóis de malha polar! qual electricidade, qual telefone...
E porque, escrevo as parvoíces que me passam pela cabeça neste blog e acho que alguém ainda as lê. No meio de tudo isto, considero-me orgulhosamente não normal!!
E sei que nesta não normalidade não estou sozinha… desconfio, mas é só uma pequena desconfiança...!
E depois desta interessante introdução, are you normal?
No!
Porquê?
Porque não percebo porque é que os homens puxam com tanta força o travão de mão dos carros que nunca consigo destravá-los só com uma mão! Para quê?
Porque acredito que o Benfica um dia vai voltar a ganhar alguma coisa. Assim, como nos anos 60...
Porque sou mulher e não me perco por sapatos.
Porque gosto tanto de ler o Umberto Eco e o Eça de Queirós que não me atrevo a criticar uma vírgula do que escrevem.
Porque quando o meu cão se deita no fundo da minha cama faço o esforço de não me mexer uma noite inteira para não o incomodar.
Porque gosto mais de abraços do que de beijos.
Porque li os 3 livros do Senhor dos Anéis aos 13 anos numa semana (é verdade, nesses dias não fiz rigorosamente mais nada) mas comecei a ler a Sibila aos 20 e não consegui passar da página 50. Tentei de novo aos 25 e fiquei na página 50. Suponho que se tentar aos 30 consiga ler até à página 50.
Porque fui para Timor pelos Estados-Unidos (ok, não fui eu que escolhi, mas desculpem, há coisas que só a mim).
Porque quero ir de S. Petersburgo a Vladivostok de trans-siberiano, sozinha.
Porque acho que a melhor invenção do mundo são os lençóis de malha polar! qual electricidade, qual telefone...
E porque, escrevo as parvoíces que me passam pela cabeça neste blog e acho que alguém ainda as lê. No meio de tudo isto, considero-me orgulhosamente não normal!!
E sei que nesta não normalidade não estou sozinha… desconfio, mas é só uma pequena desconfiança...!
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
When I am grown-up...
E vai daí declaro que esta semana será dedicada à palhaçada total, seja ela qual for! (Sem desprimor para os Srs palhaços que todos gostamos muito deles e que pobrezinhos se fartam de trabalhar na época natalícia).
Resta-me só dizer que a boneca do desenho não foi inspirada em mim. Sim, eu sou um bocadinho mais bonita (pelo menos tenho melhor cabelo e quanto ao resto acho que também, o que tendo em conta a menina do desenho também não é difícil).
Eu avisei que este blog seria egocêntrico e narcisista.
Para além disso, descobri agora que por vezes também será desprovido de qualquer sentido.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
A conversa de café da mesa ao lado
- Sabes, lá na empresa estamos a formar uma task force para o management do projecto.
- Ah e os briefings já organizaram? Como vão avaliar as performances? Já analisaram os stakeholders? E em relação aos inputs e outputs?
- Não sei, só vão dar-me os printings amanhã.
Alguém precisa de tradução?
- Ah e os briefings já organizaram? Como vão avaliar as performances? Já analisaram os stakeholders? E em relação aos inputs e outputs?
- Não sei, só vão dar-me os printings amanhã.
Alguém precisa de tradução?
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
...
... deixa-me deitar-te e aconchegar-te. Não, vai dormir, não é preciso. Porquê? Porque não me deixas ajudar-te? Cresci contigo a cuidares de mim, deixa-me fazer-te o mesmo agora. Estou velha, estou cansada. Vocês são tantos, já não sei os nomes. Escrevi num papel, tenho 2 filhos, o F. e a L., tenho 4 netos, tu és uma. O teu nome sei, és a mais velha. Deixa-te estar aqui ao pé de mim, deixa-me cuidar de ti de novo, como quando eras criança. Como quando te fazia doce de abóbora com canela e tu comias até te doer a barriga. Porque é que não queres ajuda agora? Se te pedir ainda fazes doce de abóbora com canela para mim? Como fazias nos fins de tarde em que eu aparecia em casa de joelhos esfolados mas de sorriso na cara. Anda, faz-me lá o doce que depois não vou queixar-me da barriga. E não digas que não posso comportar-me assim porque não sou ruiva como a minha prima. Estás muito magra, sais à tua mãe. No cabelo também, quando ela tinha a tua idade tinha o mesmo cabelo, preto. Não vás para o rio, olha que é perigoso, brinca onde quiseres mas no rio não. Põe ai as amoras, não faças asneiras, deixa que depois lavo-as. Não leias quando te mando para a cama, faz-te mal à vista. Sim, podes ir para o castelo, é bonito não é? Porque é que gostas tanto do castelo? Tens muita imaginação, imaginas duendes, fadas e princesas. Imagina, cria, sonha, sempre. Eu estou velha e cansada. Deixa-me voltar atrás e vou ser melhor comportada, vou esperar que laves as amoras, prometo-te que não vou para o rio ás escondidas e que não vou ler quando são horas de dormir.Vais deixar-me cair de novo sem me levantares? Vais dizer-me que se caio terei que levantar-me sozinha? Sabes, se caires levantas-te. Não vais crescer frágil, não vou deixar. Mimo-te, vou mimar-te sempre, mas nem o vais perceber. Mimaste-me sempre e só agora o percebo. Ensinaste-me a cair e a levantar-me sozinha. Naquele tempo julgava-te demasiado dura. Não foste, nunca o foste.
Deixa-me aconchegar-te. Só desta vez.
Amo-te avó.
Deixa-me aconchegar-te. Só desta vez.
Amo-te avó.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
The magic island of the flying stones
- Estou pronta, vamos.
- Olha ai esse taxi, pede para parar.
- Já viste este céu é fantástico, mesmo com o lixo nas ruas, os porcos, os buracos, a humidade do ar a 90%, olhas para este céu e sentes-te no paraíso.
- Esta ilha é mágica.
- Que estrondo foi este? O que se passa?
- “stone missus”!!
- Esta ilha é mágica dizias…
- Sim, até as pedras voam.
- Olha ai esse taxi, pede para parar.
- Já viste este céu é fantástico, mesmo com o lixo nas ruas, os porcos, os buracos, a humidade do ar a 90%, olhas para este céu e sentes-te no paraíso.
- Esta ilha é mágica.
- Que estrondo foi este? O que se passa?
- “stone missus”!!
- Esta ilha é mágica dizias…
- Sim, até as pedras voam.
(algures em Fevereiro).
(J. és irlandesa e não percebes uma palavra de português, mas tal como eu aposto que te lembras deste diálogo surreal enquanto alguém atirou uma pedra ao táxi onde viajavamos naquele fim de tarde...).
(Eu tinha que por este diálogo aqui, mas prometo que a partir de agora não vou falar mais das pedras em Timor!).
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Direitos Humanos?
GNR(S)
Quem ler o título deste post vai pensar à partida que enlouqueci, afinal o que é que posso ter para dizer sobre a GNR tão interessante que dê um post?
Há uns dias vinha de Aljezur para Lisboa e encontrámos a GNR. Em Timor durante 7 meses encontrei também várias vezes a GNR. Ora, eu não quero dizer mal da nossa Guarda Nacional Republicana, apenas sublinhar algumas particularidades.
Quando cheguei a Timor e ouvi pelas primeiras vezes falar sobre os GNR's, não consegui associar o tipo de descrição a nenhum GNR que alguma vez tivesse visto em Portugal. Falava-se de homens musculados que passavam o tempo a fazer exercício físico, extremamente violentos e agressivos, que andavam pelas ruas de Dili e pela praia em bando, que enchiam a única discoteca de Dili nas noites de fim de semana vestidos com t-shirts de alças justíssimas e calças igualmente justíssimas. Tão justas que um dia um amigo meu irlandês me perguntou se em Portugal só tinhamos roupa para homem de tamanho para criança… segundo constava nessas saídas à noite a forma de dançar era em grupo e com movimentos característicos, onde os pés tinham um papel limitado e os braços… bem, esta descrição não interessa mesmo nada!
Circulava ainda a informação de que entre GNR's e professoras existiam muitas amizades e que os portugueses GNR's eram bastante cobiçados e apreciados pelas australianas.
Mais tarde pude verificar que tudo isto correspondia, em maior ou menor grau à realidade. Fiquei acima de tudo surpreendida, nunca em toda a minha vida tinha conhecido GNR's assim, era uma novidade.
Já em Portugal encontrei novamente a GNR, numa operação stop em Sines. O Sr. Agente pediu-me educadamente os documentos do carro e os meus, posto isto começa às voltas ao carro, a observar tudo atentamente, demasiado atentamente. Não por zelo, mas sim como quando nos querem oferecer uma multa mas não sabem como.
“De onde vêm? Vieram de férias ou em trabalho?”
“Trabalho, viemos ao tribunal de Lagos”
(Tenho que confessar que não fui eu que dei esta resposta, é que a minha destreza de raciocínio nestas situações nunca foi brilhante).
A partir do momento em que o Sr. Agente julgou que estava perante um carro cheio de advogados, a atitude alterou-se completamente. Abriu um sorriso, começou a falar do tempo e não olhou mais para os documentos. De repente tornou-se simpático! E continuou a falar, a falar, mas foi sobretudo a parte final da conversa que achei estupenda:
“Anda para aqui uma pessoa a trabalhar que se farta! Ontem saí às 9 da noite e hoje vim pegar às 10 da manhã, já não fazia isto aos anos! Estou ao tempo lá na esquadra num cantinho à espera da reforma e nada! Está uma pessoa ali sossegadinha no canto e agora aumentam a idade da reforma, já viram, não há direito!” e continuou a insistir no cantinho e na reforma…
Naquele momento, por todos os motivos, tive a certeza que estava em Portugal!
Há uns dias vinha de Aljezur para Lisboa e encontrámos a GNR. Em Timor durante 7 meses encontrei também várias vezes a GNR. Ora, eu não quero dizer mal da nossa Guarda Nacional Republicana, apenas sublinhar algumas particularidades.
Quando cheguei a Timor e ouvi pelas primeiras vezes falar sobre os GNR's, não consegui associar o tipo de descrição a nenhum GNR que alguma vez tivesse visto em Portugal. Falava-se de homens musculados que passavam o tempo a fazer exercício físico, extremamente violentos e agressivos, que andavam pelas ruas de Dili e pela praia em bando, que enchiam a única discoteca de Dili nas noites de fim de semana vestidos com t-shirts de alças justíssimas e calças igualmente justíssimas. Tão justas que um dia um amigo meu irlandês me perguntou se em Portugal só tinhamos roupa para homem de tamanho para criança… segundo constava nessas saídas à noite a forma de dançar era em grupo e com movimentos característicos, onde os pés tinham um papel limitado e os braços… bem, esta descrição não interessa mesmo nada!
Circulava ainda a informação de que entre GNR's e professoras existiam muitas amizades e que os portugueses GNR's eram bastante cobiçados e apreciados pelas australianas.
Mais tarde pude verificar que tudo isto correspondia, em maior ou menor grau à realidade. Fiquei acima de tudo surpreendida, nunca em toda a minha vida tinha conhecido GNR's assim, era uma novidade.
Já em Portugal encontrei novamente a GNR, numa operação stop em Sines. O Sr. Agente pediu-me educadamente os documentos do carro e os meus, posto isto começa às voltas ao carro, a observar tudo atentamente, demasiado atentamente. Não por zelo, mas sim como quando nos querem oferecer uma multa mas não sabem como.
“De onde vêm? Vieram de férias ou em trabalho?”
“Trabalho, viemos ao tribunal de Lagos”
(Tenho que confessar que não fui eu que dei esta resposta, é que a minha destreza de raciocínio nestas situações nunca foi brilhante).
A partir do momento em que o Sr. Agente julgou que estava perante um carro cheio de advogados, a atitude alterou-se completamente. Abriu um sorriso, começou a falar do tempo e não olhou mais para os documentos. De repente tornou-se simpático! E continuou a falar, a falar, mas foi sobretudo a parte final da conversa que achei estupenda:
“Anda para aqui uma pessoa a trabalhar que se farta! Ontem saí às 9 da noite e hoje vim pegar às 10 da manhã, já não fazia isto aos anos! Estou ao tempo lá na esquadra num cantinho à espera da reforma e nada! Está uma pessoa ali sossegadinha no canto e agora aumentam a idade da reforma, já viram, não há direito!” e continuou a insistir no cantinho e na reforma…
Naquele momento, por todos os motivos, tive a certeza que estava em Portugal!
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
"What is stoning?"
Ontem lembrei-me de uma das pessoas que conheci em Baucau.
Lembrei-me porque estava a ler um livro. Lembrei-me porque não consigo terminar de ler esse livro. Angustia-me.
É um livro que foi escrito por um rapaz, que há alguns anos era uma das muitas crianças soldado da Serra Leoa. É uma história simples na sua complexidade, mas perturbadora por ser real. Lembrei-me do Kanu, major do exército da Serra Leoa, destacado para Baucau como observador militar. Sempre alegre e simpático, mas ao mesmo tempo muito duro. Conversei com ele várias vezes sobre a Serra Leoa, sobre as crianças soldado, sobre as mãos decepadas para que as pessoas não votassem, sobre os diamantes de sangue, sobre a miséria e sobre a esperança que consegue renascer desta realidade.
Quando a 6 de Agosto começaram os problemas em Baucau com o anúncio de quem iria governar Timor, passámos a viver no escritório durante 6 dias. Fui para o escritório ao fim da manhã e não fui autorizada a sair mais. Nas ruas de Baucau atiravam-se pedras, vandalizavam-se edifícios, queimavam-se escritórios de Ong´s, armazéns de arroz, algumas casas. No meio de tudo isto a minha inexperiência, ingenuidade ou simplesmente irresponsabilidade, faziam-me pensar que o meu desejo de ir para casa era perfeitamente legítimo e que não havia razões para todas aquelas restrições. Queria muito ir para casa ou pelo menos que me deixassem ir buscar as coisas que eu considerava básicas e não tinha comigo. Tentei de várias formas, pedi a várias pessoas, todos se recusavam a ir comigo e sozinha era impossível.
Pedi escolta aos militares do exército do Bangladesh (responsáveis pelo distrito de Baucau)que andavam a patrulhar as ruas. Ouvi um não sem reservas, afinal a minha escova de dentes não valia uma ida ao outro lado da cidade.
Por último, pedi ao Kanu. Disse-me que sim imediatamente.
No meio do meu espanto com aquele sim, sou repreendida por um dos security officers que diz que nem pensar, que só posso ir, mesmo acompanhada pelo Kanu, se tiver escolta dos militares do Bangladesh. Fomos falar de novo com os militares do Bangladesh. Recusam-se a sair do complexo da UN. Recusam-se não por considerarem o meu pedido ridículo, mas porque têm medo. O Kanu percebe isso também e transforma-se. Fica irritado, revoltado, zangado. E não é por causa da importância da minha escova de dentes, os motivos são bem mais consistentes. Ele olha nos olhos daqueles militares e diz com um tom de voz que nunca lhe tinha ouvido: “you are a militar, you are part of an army, what is stoning? Why are you so afraid of stoning? Tell me, what is stoning?” Aquela expressão “what is stoning, what is stoning” ecoava na minha cabeça, não me deixava pensar e só conseguia estar arrependida por ter gerado uma discussão entre pessoas com experiências de vida tão diferentes, apesar de todos militares.
Consegui ir a casa buscar a minha escova de dentes, voltar para o complexo da UN e nada aconteceu. Vi a cidade completamente vandalizada e vi os olhos do Kanu que já no carro me dizia para não estar preocupada que não ia acontecer nada naquela curta viagem, que em África disparam tiros em vez de atirarem pedras, que aqueles militares do Bangladesh não eram militares mas crianças assustadas no recreio da escola quando os rapazes mais velhos fazem uma ameaça, que um militar não pode ter medo, que tem que estar preparado para enfrentar tudo, etc, etc , etc. Chegou a um certo momento que as imagens da cidade vandalizada e as palavras do Kanu misturavam-se na minha cabeça e eu já não conseguia dizer nada.
Aquele major do exército da Serra Leoa que aos domingos à tarde ia para a praia de Baucau vestido com o seu polo branco, calções brancos, ténis e meias brancas, que todos com um sorriso nos lábios diziam parecer um jogador de ténis, que me mostrou orgulhoso fotografias dos 2 filhos, que todos os dias almoçava connosco na casa da D. Cesaltina, sempre com uma piada pronta e gargalhadas fortes, não admitia falhas nem medos.
Há olhos que viram demais. Como os do Kanu. E aqueles que não viram o mesmo nunca vão perceber. Afinal, “what is stoning?” …
Lembrei-me porque estava a ler um livro. Lembrei-me porque não consigo terminar de ler esse livro. Angustia-me.
É um livro que foi escrito por um rapaz, que há alguns anos era uma das muitas crianças soldado da Serra Leoa. É uma história simples na sua complexidade, mas perturbadora por ser real. Lembrei-me do Kanu, major do exército da Serra Leoa, destacado para Baucau como observador militar. Sempre alegre e simpático, mas ao mesmo tempo muito duro. Conversei com ele várias vezes sobre a Serra Leoa, sobre as crianças soldado, sobre as mãos decepadas para que as pessoas não votassem, sobre os diamantes de sangue, sobre a miséria e sobre a esperança que consegue renascer desta realidade.
Quando a 6 de Agosto começaram os problemas em Baucau com o anúncio de quem iria governar Timor, passámos a viver no escritório durante 6 dias. Fui para o escritório ao fim da manhã e não fui autorizada a sair mais. Nas ruas de Baucau atiravam-se pedras, vandalizavam-se edifícios, queimavam-se escritórios de Ong´s, armazéns de arroz, algumas casas. No meio de tudo isto a minha inexperiência, ingenuidade ou simplesmente irresponsabilidade, faziam-me pensar que o meu desejo de ir para casa era perfeitamente legítimo e que não havia razões para todas aquelas restrições. Queria muito ir para casa ou pelo menos que me deixassem ir buscar as coisas que eu considerava básicas e não tinha comigo. Tentei de várias formas, pedi a várias pessoas, todos se recusavam a ir comigo e sozinha era impossível.
Pedi escolta aos militares do exército do Bangladesh (responsáveis pelo distrito de Baucau)que andavam a patrulhar as ruas. Ouvi um não sem reservas, afinal a minha escova de dentes não valia uma ida ao outro lado da cidade.
Por último, pedi ao Kanu. Disse-me que sim imediatamente.
No meio do meu espanto com aquele sim, sou repreendida por um dos security officers que diz que nem pensar, que só posso ir, mesmo acompanhada pelo Kanu, se tiver escolta dos militares do Bangladesh. Fomos falar de novo com os militares do Bangladesh. Recusam-se a sair do complexo da UN. Recusam-se não por considerarem o meu pedido ridículo, mas porque têm medo. O Kanu percebe isso também e transforma-se. Fica irritado, revoltado, zangado. E não é por causa da importância da minha escova de dentes, os motivos são bem mais consistentes. Ele olha nos olhos daqueles militares e diz com um tom de voz que nunca lhe tinha ouvido: “you are a militar, you are part of an army, what is stoning? Why are you so afraid of stoning? Tell me, what is stoning?” Aquela expressão “what is stoning, what is stoning” ecoava na minha cabeça, não me deixava pensar e só conseguia estar arrependida por ter gerado uma discussão entre pessoas com experiências de vida tão diferentes, apesar de todos militares.
Consegui ir a casa buscar a minha escova de dentes, voltar para o complexo da UN e nada aconteceu. Vi a cidade completamente vandalizada e vi os olhos do Kanu que já no carro me dizia para não estar preocupada que não ia acontecer nada naquela curta viagem, que em África disparam tiros em vez de atirarem pedras, que aqueles militares do Bangladesh não eram militares mas crianças assustadas no recreio da escola quando os rapazes mais velhos fazem uma ameaça, que um militar não pode ter medo, que tem que estar preparado para enfrentar tudo, etc, etc , etc. Chegou a um certo momento que as imagens da cidade vandalizada e as palavras do Kanu misturavam-se na minha cabeça e eu já não conseguia dizer nada.
Aquele major do exército da Serra Leoa que aos domingos à tarde ia para a praia de Baucau vestido com o seu polo branco, calções brancos, ténis e meias brancas, que todos com um sorriso nos lábios diziam parecer um jogador de ténis, que me mostrou orgulhoso fotografias dos 2 filhos, que todos os dias almoçava connosco na casa da D. Cesaltina, sempre com uma piada pronta e gargalhadas fortes, não admitia falhas nem medos.
Há olhos que viram demais. Como os do Kanu. E aqueles que não viram o mesmo nunca vão perceber. Afinal, “what is stoning?” …
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Uma noite em Sintra
(Sábado à noite)
- Vamos sair? Dar uma volta? Onde queres ir?
- Vamos a Sintra, conheço um sítio óptimo.
- Vamos nesse carro? Aguenta?
- Vamos ver.
Qual Thelma and Louise, curta metragem versão portuguesa, vamos para Sintra. A noite está fria, chove, está nevoeiro cerrado, o filme muda e passamos a fazer parte de uma qualquer criação do Hitchcock.
No regresso a casa, ainda rodeadas pelo cenário nocturno de Sintra, com o nevoeiro e a noite escura como breu, reparamos no cruxifixo pendurado no carro emprestado. O carro que tem metade da nossa idade, que faz um barulho idêntico ao de uma locomotiva a vapor, que não anda a mais de 30 kms/hra (em descidas) e que ameaça parar de vez a todo o momento, está protegido por um cruxifixo de plástico verde fluorescente pendurado no espelho, que abana, abana, abana, mas não parte. Já me sinto mais segura.
Chegamos a casa sem problema, com aquele carro, aquela noite, naquele sítio, só mesmo com a protecção divina tudo correu bem. E ainda acabamos a noite a comer travesseiros de Sintra.
Talvez bem trabalhado desse um argumento dos Monty Pyton.
Conclusão: o primeiro filme que vemos pode não ser o certo e todos devemos pendurar no espelho dos respectivos carros um cruxifixo de plástico verde fluorescente. Pode dar jeito. E sorte.
(Perdoem-me a tentativa de analogia com realizadores, filmes e coisas que tais, mas gosto muito de cinema e tive vontade de tentar qualquer coisa do género)
- Vamos sair? Dar uma volta? Onde queres ir?
- Vamos a Sintra, conheço um sítio óptimo.
- Vamos nesse carro? Aguenta?
- Vamos ver.
Qual Thelma and Louise, curta metragem versão portuguesa, vamos para Sintra. A noite está fria, chove, está nevoeiro cerrado, o filme muda e passamos a fazer parte de uma qualquer criação do Hitchcock.
No regresso a casa, ainda rodeadas pelo cenário nocturno de Sintra, com o nevoeiro e a noite escura como breu, reparamos no cruxifixo pendurado no carro emprestado. O carro que tem metade da nossa idade, que faz um barulho idêntico ao de uma locomotiva a vapor, que não anda a mais de 30 kms/hra (em descidas) e que ameaça parar de vez a todo o momento, está protegido por um cruxifixo de plástico verde fluorescente pendurado no espelho, que abana, abana, abana, mas não parte. Já me sinto mais segura.
Chegamos a casa sem problema, com aquele carro, aquela noite, naquele sítio, só mesmo com a protecção divina tudo correu bem. E ainda acabamos a noite a comer travesseiros de Sintra.
Talvez bem trabalhado desse um argumento dos Monty Pyton.
Conclusão: o primeiro filme que vemos pode não ser o certo e todos devemos pendurar no espelho dos respectivos carros um cruxifixo de plástico verde fluorescente. Pode dar jeito. E sorte.
(Perdoem-me a tentativa de analogia com realizadores, filmes e coisas que tais, mas gosto muito de cinema e tive vontade de tentar qualquer coisa do género)
Escrita
Sempre li muito. Desde criança. Lia às escondidas da minha mãe durante todo o ano, lia às escondidas da minha avó durante as férias. Lia sozinha, lia acompanhada, lia para os outros, lia para mim. Lia, lia, lia. Fui sempre uma leitora compulsiva, ainda hoje. Leio muito depressa quando estou ansiosa, leio mais devagar quando estou mais tranquila. Consigo ter a certeza acerca do meu estado de espírito pela velocidade com que termino um livro.
Tenho escritores preferidos, tenho outros que gosto de ler às vezes, tenho outros que leio e se não gosto de todo, nunca mais lhes dou nova oportunidade. Não gosto de reler, mesmo que já não me recorde bem.
Outra história é escrever. Não tenho qualquer tipo de pretensão a escritora, não tenho intenções aqui de criar textos pseudo-hermeneuticamente-intelectualmente-evoluidos. Textos densos, teoricamente interpretáveis, intelectualizados. Não vou escrever nada intelectualizado aqui, e se o tentar aviso. Gosto da escrita orgânica, simples, impulsiva, é mais eu. Desculpem.
Tenho escritores preferidos, tenho outros que gosto de ler às vezes, tenho outros que leio e se não gosto de todo, nunca mais lhes dou nova oportunidade. Não gosto de reler, mesmo que já não me recorde bem.
Outra história é escrever. Não tenho qualquer tipo de pretensão a escritora, não tenho intenções aqui de criar textos pseudo-hermeneuticamente-intelectualmente-evoluidos. Textos densos, teoricamente interpretáveis, intelectualizados. Não vou escrever nada intelectualizado aqui, e se o tentar aviso. Gosto da escrita orgânica, simples, impulsiva, é mais eu. Desculpem.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Arrumar a casa
Ora ai está uma coisa em que eu nunca fui especialmente eficiente!
Mas afinal o que é q as arrumações têm a ver com este blog?
Passei os últimos quase 7 meses da minha vida em Timor.
Ao longo desse período fui escrevendo algumas coisas, poucas é verdade, algumas ideias que por vezes surgiam e situações que encontrava ao longo da minha vivência quotidiana. Agora encontrei alguns desses textos e pensei “mas o que vou fazer a isto?” e conclui que colocá-los aqui seria uma solução. Não têm datas nem nenhuma ordem em especial, em relação a alguns talvez me lembre o mês em que os escrevi outros nem tanto.
Para além destes textos, vou ainda acrescentar aqueles que fui escrevendo depois de estar já em Portugal.
Basicamente, não estou a organizar nada com este post, a casa continua desarrumada, mas espero que agradável para aqueles que decidirem visitá-la!
Mas afinal o que é q as arrumações têm a ver com este blog?
Passei os últimos quase 7 meses da minha vida em Timor.
Ao longo desse período fui escrevendo algumas coisas, poucas é verdade, algumas ideias que por vezes surgiam e situações que encontrava ao longo da minha vivência quotidiana. Agora encontrei alguns desses textos e pensei “mas o que vou fazer a isto?” e conclui que colocá-los aqui seria uma solução. Não têm datas nem nenhuma ordem em especial, em relação a alguns talvez me lembre o mês em que os escrevi outros nem tanto.
Para além destes textos, vou ainda acrescentar aqueles que fui escrevendo depois de estar já em Portugal.
Basicamente, não estou a organizar nada com este post, a casa continua desarrumada, mas espero que agradável para aqueles que decidirem visitá-la!
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Primeiro Post
Podia ter começado a escrever um blog há bastante mais tempo. Nunca o fiz.
Primeiro porque sei que sou demasiado indisciplinada para conseguir escrever com a frequência desejável (que não será concerteza de ano a ano…), depois porque sempre achei que aquilo que eu poderia ter para dizer (escrever) dificilmente seria interessante e estimulante o suficiente, para que alguém pudesse dedicar 3 minutos do seu tempo às minhas ideias. Depois porque achava que seria quase pretencioso da minha parte criar algo centrado exclusivamente em mim, naquilo que eu penso, vivo ou sinto.
A verdade é que tudo isto se mantém, continuo a ser desorganizada, muito pouco metódica e a pensar que é uma pretenciosidade da minha parte julgar que alguém pode ter interesse no que eu aqui escreva…
Mas, como diz a minha avó “modéstia a mais é vaidade” e para além disso, simplesmente apeteceu-me!!! E assim nasceu este blog!!!
Primeiro porque sei que sou demasiado indisciplinada para conseguir escrever com a frequência desejável (que não será concerteza de ano a ano…), depois porque sempre achei que aquilo que eu poderia ter para dizer (escrever) dificilmente seria interessante e estimulante o suficiente, para que alguém pudesse dedicar 3 minutos do seu tempo às minhas ideias. Depois porque achava que seria quase pretencioso da minha parte criar algo centrado exclusivamente em mim, naquilo que eu penso, vivo ou sinto.
A verdade é que tudo isto se mantém, continuo a ser desorganizada, muito pouco metódica e a pensar que é uma pretenciosidade da minha parte julgar que alguém pode ter interesse no que eu aqui escreva…
Mas, como diz a minha avó “modéstia a mais é vaidade” e para além disso, simplesmente apeteceu-me!!! E assim nasceu este blog!!!
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