quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Decisões

"Decidir: determinar; resolver; deliberar; emitir juízo; sentenciar; dar a preferência".

Esta foi a definição mais curta que encontrei nos dicionários aqui de casa. Havia maiores mas não vale a pena, porque quanto mais palavras, mais sinto o peso das decisões que tomei hoje, ou não. Na realidade a minha consciência diz-me que isto da quantidade de palavras é apenas um artíficio para me convencer a mim própria que as decisões que tomei hoje, não são tão importantes assim...
Isto de ser adulto e não ter ninguém a decidir por nós custa, e custa mais ainda quando não temos a certeza de ter tomado a decisão certa.
Utilizando uma das palavras da definição, sentenciamos caminhos e utilizando outra, determinamos experiências e ao dar a preferência a umas, eliminamos outras. Recusamos hipóteses, recusamos pessoas que não chegámos sequer a conhecer, recusamos outra vida. E pior, não podemos ficar a pensar nisso, senão não conseguimos percorrer o caminho escolhido. Escolhido com o nosso livre arbítrio e com a nossa racionalidade, às vezes com a nossa intuição. Se pensamos muito, a vida passa e não a sentimos, porque estamos a resolver o passado que não chegou a ser presente e o futuro que nunca vai ser passado. E a vida não se compadece com tanto tempo para reflexões, porque passa sem olhar a quem.

Hoje escolhi o caminho menos iluminado, escolhi o caminho com mais incertezas, escolhi o caminho com mais curvas. Escolhi com a minha intuição, escolhi com o meu instinto.
Escolhi com os meus sonhos. E faz sentido questionar-me se escolhi com os meus sonhos?

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

E por entre canela e açúcar em pó...

E por entre canela e açúcar em pó... revi 2 caras de Baucau. Foi divertido e foi muito bom recordar. E antes por entre canela e açúcar em pó que por entre "ballot boxes" ou pedras. E como a minha inspiração hoje é inexistente tenho que referir que a expressão "por entre canela e açúcar em pó" foi do Maurizio, o meu querido amigo Maurizio, que referiu muito bem que nos faltava a mana Sílvia e que, a expressão "antes assim que por entre ballot boxes ou pedras" foi do Filipe, o defensor da Pátria.
Mas faltaram pessoas... tantas, a mana Sílvia, a Alexandra e a Gui e até quem pouco tempo esteve em baucau mas que permaneceu num lugar especial, como o Florian e a Ana.
Acho que estou melancólica e tenho saudades!! e acho que este blog está mesmo a tornar-se um diário... sou realmente muito pouco disciplinada.
E agora? o que virá a seguir? talvez alguma coisa, mas é melhor ainda não falar disso.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

E não faz mal...

Nunca fiz deste espaço um espaço intimista, muito menos uma espécie de diário onde conto que hoje fui ao cinema e hoje estou triste e amanhã vou ao parque, etc etc. Se calhar hoje vou quebrar essa espécie de regra que criei para mim mesma. Não vou reler o que vou escrever, não vou escrever 1º no word, vai ficar tal e qual, vai ficar mal escrito, entediante, pouco elaborado e não faz mal. Sei exactamente quem são as pessoas que aqui vêm ler estas coisas que me passam pela cabeça, posso dizer o que me apetecer e não faz mal.
Talvez devesse fazer um balanço de 2007, Natal, fim de ano, época de avaliações e renovação de sonhos e esperanças. Sei e quem me conhece bem sabe que o ano que passou para mim foi totalmente marcado pela minha experiência em Timor. Por vários motivos, porque conheci outra realidade, porque aprendi com o país, sim, por estranho que pareça, aprendi com aquele país, porque aprendi com muitas pessoas que conheci. Fiquei mais rica como pessoa, fiquei com a certeza que há seres humanos fantásticos. Não vale a pena dizer nomes, mas há pessoas que vão para sempre ficar guardadas no meu coração. Se calhar sou demasiado sentimental, porque sei que aquele sítio e aquelas pessoas nunca mais, talvez devesse esquecer. Aprendi mais sobre mim própria, aquilo que sou e não deveria ser e aquilo que sou e não deveria ser, mas que no fundo tenho orgulho em continuar a ser. Confuso, talvez, mas é verdade.
Não sei o que vai ser 2008, não faço a mínima ideia, tenho planos e objectivos e isso para mim de momento basta e se aprendi em 2007, espero aprender mais em 2008. Espero não encontrar idiotas que descobrem 4 anos depois que é de mim que gostam e não despertar ao fim de 4 anos a olhar para idiotas completamente superficiais e egocêntricos esteticamente agradáveis à vista mas vazios por dentro e ter que ir para uma ilha perdida a 22 mil kms de casa para olhar para esses mesmos idiotas. Podia ainda acrescentar não olhar para idiotas filhos de judeus e até não fazia mal porque sei que nenhum dos 3 idiotas põe aqui os olhos.
E para dizer a verdade podia ainda falar de outras pessoas que se revelaram idiotas, mas para quê, não vale o esforço.
Vou ler mais ainda, vou ver os filmes que queria ver e nunca vi, vou dar ainda mais valor aos meus amigos que sei que o são, não vou gastar energias com os outros. Vou mimar a minha família, vou fazer o raio do mestrado, vou cozinhar muito porque gosto, e beber muito chá também porque gosto, vou fazer loucuras (dentro do meu conceito de loucuras) e o que me apetecer.
E se hoje estou triste e não vale a pena dizer porquê, não vale também a pena fazer deste espaço um repositório de lamentações, sei bem que amanhã o sol nasce de novo e sei bem que, como dizem os ingleses "the grass is always greener where it rains", e não tenho dúvidas. E também não tenho dúvidas que este post é de fugir, mas apetece-me e não faz mal.