segunda-feira, 30 de junho de 2008

Dia 8...

... tenho que lá estar (o "lá" é em Kabul...).
Não vou esconder que tenho alguns sentimentos contraditórios em relação a esta experiência, mas estou pronta. E uma nova história começa... no Afeganistão.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Da imaginação

A minha mãe diz que não teve filhos homens e machos para irem para a tropa, mas que nasci eu e estraguei toda a teoria de que iria viver descansada sem ter que prestar atenção a notícias de países terminados em “ão”, como Afeganistão.
Eu disse-lhe que não há problema porque já visualizo a minha nova vida em Kabul: iniciarei uma revolução nas burqas, criarei o “kabul fashion week” e as mulheres passarão a poder mostrar os tornozelos e os pulsos.
Entretanto andarei inserida numa qualquer coluna militar a colar posters para convencer os talibans a irem a votar e que a democracia é um sistema fantástico e extraordinário. Vou conhecer talibans, vamos tomar chá e comer tâmaras, falar sobre a vida e no fim vou escrever um livro. Vou ficar milionária e vou dar entrevistas à TVI.
Melhor que isso, enquanto andar por aqueles desertos onde serei a 1ª mulher a por os pés, vou encontrar na imensidão o meu manel. O meu manel será um sueco de 1.90m, lindo, extremanente inteligente e com uma adoração sem limites pela minha pessoa. Vai socorrer-me numa qualquer situação de apuro. Iremos de férias para as Seychelles e vou poder tomar muita água de côco. Vou dedicar-me à maternidade e até posso ficar pelas Seychelles a vender água de côco na praia com o meu manel sueco e os meus 6 filhos. Prole em número suficiente para formar uma equipa de andebol sem suplentes que o meu manel sueco com um qualquer nome terminado em “sson” vai treinar nas horas vagas da venda da água de côco. Claro, não voltarei de férias das Seychelles.
A minha mãe vai dizer que nunca pensou que eu fosse do inferno para o paraíso, mas vai ficar feliz. Os meus pais entretanto vão reformar-se e como o custo de vida vai ficar insustentável em Portugal e a gasolina vai chegar aos 4.50e por litro, vão decidir se vão viver para Serpa, plantar umas oliveiras e tentar o negócio do azeite e dos enchidos de porco preto ou se vão viver para as Seychelles, onde o negócio de água de côco da filha e do genro de nome esquisito, cresce a olhos vistos, nesta fase já com produção industrial exportada para os vários continentes. Vão decidir-se pela 2ª hipótese. A minha irmã fartinha de estar em casa sozinha vai atrás. O Boris (o nosso cão encontrado na feira de Carcavelos) vai também decidir-se pelas Seychelles. Alguns amigos vão querer ir visitar-me e vão ficar. Primos também. Se calhar tios.

Conclusão: depois do Afeganistão vou de férias para as Seychelles. Quem quiser pode vir comigo.

PS - Este deve ser o post mais idiota que escrevi até hoje.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

A vida não espera...

... e às vezes começo a sentir-me tonta, às vezes não sei se escolho os caminhos certos, o chão foge-me debaixo dos pés, mas continuo…

Faz 3 semanas que cheguei do Nepal e na 1ª semana de Julho vou partir para o Afeganistão. Foi uma surpresa mas aceitei. Não sei muito bem o que me espera, não me sinto assustada mas neste momento gostava de ficar mais algumas semanas em Portugal. Tinha saudades… gosto muito do meu país no Verão. E gosto muito do nosso oceano Atlântico. Saudades do sol de Portugal, da comida da minha mãe, do peixe e do marisco, das papoilas vermelhas nos campos do Alentejo nesta altura do ano. Saudades de pessoas.

E cada vez sei menos se quero uma vida feita de despedidas e recomeços. De realidades que terminam onde outras começam, que as vezes se cruzam sem sentido, de pessoas que passam mas não ficam, de amizades que crescem tao fortes que o vazio que deixam e insuportável, porque as distâncias não ajudam e eu preciso de proximidade física, de ver, de olhar, de tocar. Uma vida feita de sorrisos que nunca mais vou ver, de crianças que se cruzam no meu caminho, que quero levar comigo, dar banho e educação mas que sei que nunca vou poder fazê-lo, de realidades limitadas no tempo e no espaço, que se tornam irreais porque são dispersas e descontinuadas.
Um dia vou ter que decidir.

Até lá o mundo e grande.

domingo, 8 de junho de 2008

O post sem título

Porque não consigo encontrar um e porque só quero dizer 3 coisas:

A.) Já estou em Portugal e cheguei doente; nada de grave, só não me sinto realmente bem e não tenho tido vontade de aqui escrever seja o que for.
B.) Este blog não morreu. Foi de férias umas semanas. Vou escrever de novo, seja lá o que for, mesmo sem interesse, mesmo entediante, eu vou escrever… o blog continua vivo.
C.) Quero pedir desculpas a todos os que aqui vieram durante este mês e uns dias e tiveram que olhar vezes e vezes para a mesma fotografia. E que mesmo assim continuaram a deixar-me mensagens. Mil vezes obrigada e desculpem
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