terça-feira, 16 de outubro de 2007

Uma noite em Sintra

(Sábado à noite)
- Vamos sair? Dar uma volta? Onde queres ir?
- Vamos a Sintra, conheço um sítio óptimo.
- Vamos nesse carro? Aguenta?
- Vamos ver.
Qual Thelma and Louise, curta metragem versão portuguesa, vamos para Sintra. A noite está fria, chove, está nevoeiro cerrado, o filme muda e passamos a fazer parte de uma qualquer criação do Hitchcock.
No regresso a casa, ainda rodeadas pelo cenário nocturno de Sintra, com o nevoeiro e a noite escura como breu, reparamos no cruxifixo pendurado no carro emprestado. O carro que tem metade da nossa idade, que faz um barulho idêntico ao de uma locomotiva a vapor, que não anda a mais de 30 kms/hra (em descidas) e que ameaça parar de vez a todo o momento, está protegido por um cruxifixo de plástico verde fluorescente pendurado no espelho, que abana, abana, abana, mas não parte. Já me sinto mais segura.
Chegamos a casa sem problema, com aquele carro, aquela noite, naquele sítio, só mesmo com a protecção divina tudo correu bem. E ainda acabamos a noite a comer travesseiros de Sintra.
Talvez bem trabalhado desse um argumento dos Monty Pyton.
Conclusão: o primeiro filme que vemos pode não ser o certo e todos devemos pendurar no espelho dos respectivos carros um cruxifixo de plástico verde fluorescente. Pode dar jeito. E sorte.

(Perdoem-me a tentativa de analogia com realizadores, filmes e coisas que tais, mas gosto muito de cinema e tive vontade de tentar qualquer coisa do género)

3 comentários:

Anónimo disse...

Digno de um filme de terror.És uma pessoa muito interessante

Rita. disse...

interessante ou não, é relativo. Só gosto de olhar para alguns acontecimentos banais com ironia :)

Anónimo disse...

e a coisa mais fixe que eu ja vi so tenho nove anos